quinta-feira, 29 de agosto de 2013

Autismo e o Preconceito...


Inclusão - Todos com Todos!

A educação é um direito de todos! Logo, se a escola não está preparada para receber esta diversidade, ela que é deficiente!
Quem dera, se na minha escola eu tivesse convivido com um colega que tivesse necessidade especial. Poderia ter me abreviado tantas buscas por explicações...
Claro que nunca imaginei que teria um filho que enfrentasse tantas limitações, isso era muito distante de toda realidade que eu vivia.  Na verdade mal sabia que eles existiam, eram eles para lá e nós para cá.
A escola é uma "sementinha" para um mundo melhor! Por ela passa o médico, o padeiro, o atendente de caixa, a secretária, o dentista, etc... Todos aprenderão a conviver de forma natural com as diferenças. Nunca, jamais farão um mundo separado para os portadores de necessidades especiais. O mundo é igual para quem enfrenta ou não limitações.
Não estou dizendo que nossos filhos devem ir para escola apenas para conviver, ou seja, socializar. Isso seria "assassinar" qualquer potencial a ser desenvolvido. Quero dizer, que a escola se trata muito mais de um "b a ba", ela se trata de gente.
Já pensou tirar da escola todo mundo que é diferente? Ela fecharia os portões!
Tenho total consciência, que se meu filho(TEA) tivesse sido avaliado por um professor acimentado em teorias tradicionais, teria negado sua matrícula. Então, ele não teria vivido essas experiências...
O que pode fazer uma criança sem autonomia numa escola regular? Meu filho aprende, mas também ensina!
Por outro lado, no contra turno preciso de apoio multidisciplinar. Preciso de um olhar individualizado, apoio direcionado, reforço de aprendizagem... Uma infinita lista de apoios. Preciso dos ambientes "especiais" pois ainda não há possibilidade nenhuma neste momento, de uma uma escola ( regular) substituir a outra (escola especial), somente para aqueles que conseguem financiar de forma particular esses atendimentos para seus filhos e isto é uma minoria.
Sem generalizar, há crianças com necessidades especiais que não enfrentam dificuldades de aprendizagem, atividades diárias ou de convivência, mas dentro do espetro autista são poucas que não precisam de atendimentos extras para atingir o máximo de autonomia possível.
A inclusão exige pensar, planejar, trabalhar junto, pesquisar... É um desafio que somente o educador que consegue enxergar em cada aluno o compromisso de torná-lo melhor como um todo, consegue de fato realizar. 
Não basta sair da escola alfabetizado e resolvendo cálculos, é preciso saber conviver e respeitar o próximo e isso não difere para quem tem ou não necessidade especial.


quarta-feira, 21 de agosto de 2013

Empatia e Autismo

A cada dia meu filho me traz uma grande lição!
Sempre ouvi que autistas não conseguem identificar o que os outros estão sentindo, ou seja, se colocar no lugar do próximo. Livros e médicos dizem que eles apresentam "uma falha" nesse processamento.
Então imagina se colocar em defesa de alguém!
A nossa cachorrinha Sandy nos arranha muito quando usamos o secador de cabelos nela logo após o banho. Ela sente muito medo! Antes do banho sempre mostramos o secador e brincamos um pouco, pois assim, a aceitação dela é maior.
O fato é que, meu filho Ângelo (TEA) percebeu o medo da Sandy e por várias vezes afastou o secador direcionado para ela. Mas, como sua irmã não parou de mirá-la, ele a abraçou forte. Persistindo a situação, ele a abraça mais forte, pronuncia a palavra "deu" (ele não verbaliza, raras tentativas) e afasta novamente o secador.
Lindo o tamanho do coração do meu filhinho! Realmente, um menino muito especial!


Apesar de ter ouvido de profissionais que autistas não conseguem sentir empatia, estudos já estão desmistificando. Leia mais clicando aqui!

sexta-feira, 9 de agosto de 2013


Crianças com deficiência têm um potencial enorme a ser explorado, têm direitos como outras crianças, têm vontades e anseios




É tão bacana quando as conquistas obtidas nas terapias partem para as atividades de vida diárias. Investimos tanto na busca por melhora, por um pequeno avanço e quem sabe, um milagre. Meu menino está crescendo, está evoluindo, está conquistando seu espaço.

Todos têm se surpreendido com seus avanços, os funcionários da escola se emocionam com suas conquistas, ficam felizes quando o encontram assim, sentadinho quase sozinho, igual aos seus amiguinhos. Fico me perguntando qual será a sensação para ele ao se ver semelhante ao grupo, ao realizar atividades que até então ele só conhecia por ter visto e agora tem a oportunidade de vivenciá-las...

Inclusão também é isso, é sentir parte do grupo e das atividades. E sempre fica um gostinho de quero mais, de tentar ir além, de superar mais obstáculos.

O comprometimento da escola contribui demais para o sucesso em todo trabalho de inclusão. Ainda não temos nas escolas profissionais especializados e preparados para fazer a inclusão corretamente, mas a boa vontade e a disposição em ajudar já fazem toda a diferença. Precisamos passar para a próxima fase, que vai além de simplesmente aceitar a criança com deficiência na escola, essas crianças tem potencial e precisam ser trabalhadas para se desenvolverem. Levar a criança à escola apenas para a convivência com outras crianças não basta, ela precisa de um plano pedagógico e de estímulos corretos.

Quando a equipe está integrada com a escola, as melhoras aparecem e todos saem ganhando: a criança, que pode evoluir e ter sua capacidade explorada corretamente e a escola que aprende como fazer a estimulação adequada. Quando o caminho está aberto para a aprendizagem, geralmente a escola percebe que envolver-se nesse processo e se comprometer com os resultados é muito mais simples do que se imagina.

E é dessa forma que vamos evoluindo na conscientização da importância desse trabalho e conquistando uma escola melhor e mais inclusiva para os que chegarem depois. É dessa forma que mostramos ao mundo que as crianças com deficiência têm um potencial enorme a ser explorado, que eles tem direitos como todas as outras crianças, que tem vontades e anseios e que esses devem ser respeitados, que eles continuam a se desenvolver, mesmo após os cinco anos... Se eu tivesse seguido o que sempre escutei de médicos e profissionais da área quanto à idade limite para os ganhos motores e cognitivos, certamente o Lorenzo não teria chegado até aqui dessa forma, então meus amigos, o céu é o limite, vocês não acham?

Fonte Aqui!

sábado, 3 de agosto de 2013

A Escola Irmão Eugênio de Monte Alegre dos Campos Completa 50 anos! Ela foi aberta pelos meus pais!



ANTES QUE O TEMPO DISSIPE NOSSAS TERNAS LEMBRANÇAS...


Faz calor. É março de 1963.
Escola construida. Simples e de madeira.
Duas salas grandes com quadros verdes embutidos nas paredes. Outra sala bem menor(secretaria) e um minúsculo depósito.
Escola nova. Escola verde. Escola esperando...
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Faz frio. Início de Agosto de 1963.
Chegamos nos descampados de Ranchinho,8° distrito de Vacaria, o prof. Artur Bernardo Pacheco e esposa, Silvia Lucena Pacheco, recém-casados, para verificarmos as possibilidades de iniciar a escola nova.
A escola não tinha carteiras, não tinha mesa e nem cadeiras...
A escola não tinha alunos.
Tinha só um tabuleiro escrito grande e azul:
ESCOLA RURAL ISOLADA DE RANCHINHO.

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Estabelecemo-nos na "secretaria". O quarto de dormir era
o minúsculo depósito. Mal cabia a cama.
Munidos de serrote, martelo, pregos, iniciamos a construir rústicos bancos. Ao nosso lado, o caderno e uma caneta, para anotações básicas dos alunos que porventura aparecessem.
E foram aparecendo. Vinham os pais, chapéu na mão, em sinal de respeito, trazendo por diante os filhos, que se adiantavam e nos davam "louvado" ou pediam a benção, procurando beijar-nos a mão.
Verdadeira demonstração pura e comovente do respeito e consideração que devotavam aos professores.
A escola lotou. Oitenta e dois alunos.
Encomendamos Giz, pelo ônibus e dois dias depois estávamos iniciando as aulas, sobrecarregados de vontade e esperanças, mas, vazios de recursos materiais.
Minha esposa tinha o curso Ginasial e fora autorizada pela 4ª Delegacia de Ensino, sediada em Caxias do Sul, a quem estávamos subordinados, a assumir o 1° ano primário. Prometeram-lhe um contrato para o início do próximo ano letivo.
Alguns dias depois, conseguimos classes bipessoais com o "Grupo Escolar de Monte Alegre" que recebera mobília nova.
Desenvolvíamos as aulas pela manhã e à tarde ou noite íamos realizando o essencial necessário.
Fizemos a "fossa" com a "casinha" (nossa privada)
Cavamos o poço d'água. É o mesmo existente até hoje.
E assim, com muita persistência, superando dificuldades, com o apoio incondicional e devotado de toda a comunidade, vencemos o 1° ano letivo da escola, efetivado em apenas um semestre.
Na época, os Exames Finais vinham diretos da Secretaria Estadual de Educação, envelopados, lacrados, podendo apenas serem desvendados no momento do início da aplicação dos mesmos, em presença de testemunhas.
O nível de aprovação em 1963 foi quase total.
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Faz frio novamente... É início de Agosto de 2013.
50 ANOS.
Farto período de semeadura: boas sementes em solo fértil.
Longo período espargindo luminosidade. Indicando caminhos.
Nossa saudade e nossa gratidão a todos.
Escrevemos nossa história à mão, à luz de lampiões à querosene, sob a proteção do teto dessa Escola.
Parabéns! "ESCOLA RURAL ISOLADA DE RANCHINHO"
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Muitos alunos, professores e pessoas da comunidade, passaram e escreveram sua história nesse Educandário que foi trocando nomes, adaptando-se às novas realidades.
Evoluções. Hoje é de alvenaria. Desfruta as benécias do progresso. 
Abre a torneira e a água jorra em casa, na pia. Aperta um botão e o ambiente ilumina-se instantaneamente. Facilidades tão comuns que utilizamos sem perceber.
O mesmo educandário hoje, tem como diretora a dinâmica e eficiente diretora, profa. Doraci dos Santos Alves, está situada no município de Monte Alegre dos Campos e denomina-se, oficialmente: ESCOLA ESTADUAL DE ENSINO FUNDAMENTAL, IRMÃO EUGÊNIO.
Parabéns pelos 50 anos!
Prof. Artur


sexta-feira, 2 de agosto de 2013

Mãe cria sistema pedagógico para filho autista

Jake foi diagnosticado com autismo quando tinha três anos. Sua mãe, Kristine Barnett, ouviu dos especialistas que ele nunca seria capaz de ler e que, com sorte, amarraria os próprios sapatos aos 16 anos.

Uma história de superação capaz de inspirar leitores de todos os tipos

Aos poucos, tratado como uma anomalia e isolado do mundo, ele se tornava cada vez mais distante. Barnett, contrariando a opinião dos profissionais e do marido, decidiu tirá-lo da educação especial e prepará-lo sozinha.
A intenção dela era colocá-lo em uma escola convencional para que ele tivesse uma vida mais próxima do normal, do comum.
Em duas semanas Jake aprendeu cálculo matemático sozinho. Aos nove anos, desenvolveu uma teoria revolucionária em astrofísica e tornou-se pesquisador remunerado em física quântica aos 12. O garoto revelou uma memória fotográfica e QI mais alto do que o de Albert Einstein.
O que faltava para Jake era o estímulo correto, alguém que procurasse com atenção as suas habilidades obscurecidas pelo diagnóstico de autismo.
"Brilhante: A Inspiradora Historia de uma Mãe e seu Filho Gênio Autista", escrito por Kristine Barnett, conta como a mulher que mantinha uma creche na garagem de sua casa estimulou o desenvolvimento intelectual do filho de um modo sem precedentes.
Elogiado pelo jornal "The Washington Post" como um "relato incrível", o título chega ao Brasil pela editora Zahar.