Porque há artigos bem escritos, acho que devemos traduzi-los e divulga-los para que todos os possam ler:
"Compreender o papel das alergias e sensibilidades alimentares no autismo é de extrema importância para ajudar os pais a implementar as alterações alimentares necessárias na dieta dos seus filhos. Quer as alergias, quer as sensibilidades alimentares (e os sintomas que delas advem) são comuns nas crianças com autismo.
Uma alergia alimentar (reacção IgE) é uma resposta imune imediata (por vezes fatal), que inclui sintomas como eritema, espirros, ou mesmo choque anafilático. As sensibilidades alimentares são respostas imunes retardadas, estando associadas a sintomas crónicos como áreas de inflamação/ dor, alterações digestivas, e queixas em termos de energia/ humor, como por exemplo: dores de cabeça, inflamação e dor gastrointestinal, diarreia e obstipação, hiperactividade ou ansiedade, entre muitas outras queixas. As sensibilidades alimentares podem também desencadear crises de asma, enxaquecas ou eczema.
Devido ao impacto que estas alergias e sensibilidades alimentares podem ter em tantos sistemas corporais, diminui-las pode fazer uma diferença significativa no comportamento e no bem estar da criança. Diversos pais relatam melhorias em diversos sintomas quando removem alguns alimentos da dieta da criança, nomeadamente na diarreia ou hiperactividade, que as criança se sentem melhor, e que têm mais capacidade de atenção. A eliminação destas reacções imunitárias leva muitas vezes a melhorias substanciais na linguagem e outras áreas de aprendizagem e comportamento.
Os pais das crianças autistas estão cada vez mais familiarizados com a retirada do gluten e da caseina, duas das substâncias alimentares mais problemáticas para as crianças com autismo. O gluten é uma proteina que se encontra no trigo, centeio, cevada, espelta, kamut e na maioria da aveia, e a caseina é a principal proteina dos lacticineos. As sensibilidades ao trigo e ao leite, são bastante comuns, e não apenas no autismo.
A remoção do gluten e da caseina - a dieta sem caseina e sem gluten - é a dieta com mais beneficios para o autismo. Além destes compostos poderem ser a causa de inflamação e alergias/ sensibilidades alimentares, estes compostos podem ainda transformar-se em compostos opióides, afectando directamente o cerebro. Estes opioides interferem com o pensamento, causam falta de atenção, irritabilidade, adicção aos alimentos que os contêm e obstipação - sintomas normalmente associados à dependencia opióide. É por isso fácil de entender os beneficios para as crianças quando removem o gluten e a caseina das suas dietas.
Aquando da implementação de uma dieta sem caseina e sem gluten, muitas pessoas usam a soja e o milho como substitutos, mas estes também são alergenos comuns, e a remoção destes pode também ter, para muitas pessoas, um forte impacto na saude, comportamento e atenção.
A soja é degradada a nível intestinal pela mesma enzima que degrada o gluten e a caseina. Além disso, pode ser inflamatória para o tracto gastrointestinal, pode interferir com a função tiroidea, pode interferir com a absorçao do calcio, magnésio, zinco e outros minerais. Por estas e por outras razões, a soja é desaconselhada.
O milho é também um alergéneo comum, e é parte integrante de muitos alimentos sem gluten. Além disso, pode haver vestígios de milho em compostos como a dextrose, a goma xantana, o xilitol, ácido ascorbico, corante caramelo, acido citrico, e aromas naturais. Sendo dificil de evitar na totalidade, dê preferencia às fontes biológicas e não modificadas geneticamente.
Identificar e remover as sensibilidades alimentares ajuda a que o corpo tenha capacidade de auto-regenerar, e pode melhorar a digestão, comportamento, sono, eritemas e dores de cabeça (entre outros sintomas), nas crianças com autismo. Caso ainda não tenham começado nenhuma intervenção alimentar numa criança com autismo, sugiro que comece pela dieta sem caseina e sem gluten. Caso já esteja nessa dieta, sugiro que tente ainda retirar a soja e o milho para perceber se consegue ainda mais benefícios.
A intervenção dietética no autismo requer alguma adaptação ao longo do tempo, e a identificação e a remoção das sensibilidades alimentares é essencial para a eficácia desta intervenção. Apesar de haver diferentes periodos de reacção / regressão, a remoção destas sensibilidades alimentares permite alguma consistência na evolução dos sintomas da doença, e permite que se possa avançar ainda mais e perceber o que é que ainda falta avaliar e "corrigir".
É interessante verificar que quando o resto da familia também retira estes alimentos, se começam igualmente a sentir melhor."
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