sexta-feira, 12 de abril de 2013

Ministério da Saúde lança diretriz para tratamento do autismo


Autismo

Autismo: as principais características da doença são alterações de linguagem e sociabilidade, que podem aparecer em maior ou menor grau (Thinkstock)
O Ministério da Saúde lançou nesta terça-feira, Dia Mundial de Conscientização do Autismo, a primeira política de saúde pública voltada especificamente para esses pacientes. A Diretriz de Atenção à Reabilitação da Pessoa com Transtornos do Espectro do Autismo (TEA) traz indicadores do desenvolvimento infantil e sinais de alerta para facilitar o diagnóstico precoce da doença.
Segundo o secretário de Atenção à Saúde, Helvécio Magalhães, o documento demorou quase dois anos para ser elaborado. Entre os indicadores de desenvolvimento listados pelo documento, que devem ser observados em crianças de até três anos, estão fatores como interação social, linguagem, brincadeiras e alimentação. O material aponta qual o desenvolvimento esperado e apresenta os sinais de alerta. Após os 3 meses de idade, por exemplo, a criança já identifica a fala de seu cuidador, mostrando reações corporais e atenção. A criança com transtorno do espectro autista, por sua vez, pode ignorar ou apresentar pouca resposta aos sons de fala.
Esse documento será distribuído para todas as unidades de saúde do país, a fim de auxiliar os profissionais de saúde na identificação dos sinais de alerta. De acordo com Magalhães, o próximo passo será traduzir essas orientações de forma mais didática para as famílias.
Tratamento – Estima-se que 1% da população tenha algum grau de autismo. As principais características da doença são alterações de linguagem e sociabilidade, o que demanda cuidados específicos, acompanhamento médico e reabilitação ao longo das diferentes fases da vida.
De acordo com o Ministério da Saúde, os casos de menor intensidade serão tratados em Centros Especializados de Reabilitação (CER) do SUS. Hoje existem no país 22 CER em construção, 23 em habilitação e 11 convênios de qualificação para que entidades que já funcionam passem a funcionar como CER. Já os pacientes com uma intensidade maior do transtorno serão encaminhados para centros específicos que serão habilitados pelo Ministério da Saúde em todo país. Ao todo, serão investidos R$ 41,2 milhões ao ano para o custeio desses tratamentos.


Marisa Fúrio Silva, presidente da Associação Brasileira de Autismo (Abra), afirma que as entidades de pais de autistas esperaram por anos essa diretriz. Até então, não havia uma política específica de atendimento no SUS para esses pacientes, que eram atendidos por ONGs ou serviços de saúde mental. Segundo ela, o diagnóstico precoce é fundamental para que essas crianças sejam incluídas no meio social com mais facilidade.

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