Azul diz que recusou transporte para garantir segurança dos passageiros. Anac notificou a empresa para que dê uma resposta sobre a recusa.
A companhia Azul Linhas Áereas negou o
embarque de um passageiro adulto com paralisia cerebral e o caso foi
parar na polícia nesta terça-feira (30). A mãe do jovem de 33 anos,
Mariângela Beghini, registrou um boletim de ocorrência por discriminação
em Campinas (SP).
A família embarcaria para Curitiba, no
Paraná, no aeroporto de Guarulhos, nesta manhã. No entanto, a viagem não
aconteceu porque para a empresa, o jovem não poderia viajar dentro de
uma aeronave. “Se pelo menos eles tivessem entrado em contato comigo
antes, eu teria como recorrer, pegar um laudo do médico dele particular
”, conta a mãe.
Para confirmar a viagem, a mãe do rapaz
afirma que seguiu todas as exigências previstas no caso de passageiros
com necessidades especiais. Ela preencheu um formulário extenso sobre as
características e condições físicas do filho e enviou o documento no
dia 19 de dezembro.
Sem a confirmação do voo previsto para
esta manhã, Mariângela cobrou uma resposta da empresa aérea um dia antes
da viagem. A Azul alegou que tentou um contato com a família, mas não
conseguiu e enviou uma declaração dizendo que recusou o transporte do
passageiro para garantir a saúde e segurança dele e dos demais
passageiros.
“Ele é muito sociável, ele está comigo em
todos os lugares, nós vamos em restaurantes e passeios e ele não dá
trabalho nenhum. A proteção dele, a segurança dele, estaria eu e meu
marido no voo, então, ele não precisaria de nenhuma ajuda”, explica a
mãe.
Após o transtorno, a família conseguiu comprar passagem para Curitiba,
mas por outra empresa aérea. “Eu acho que as pessoas com deficiência não
podem ser desrespeitadas. Ninguém pode ser. A gente tem que mostrar que
eles estão aí, são pessoas iguais a nós, e acho que a inclusão está
aí”, destaca a mãe.
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