sexta-feira, 24 de abril de 2015

O acompanhante especializado na escola para a pessoa com TEA

Muitas pessoas me perguntam se as escolas regulares, públicas e privadas, são obrigadas a fornecer acompanhante especializado para pessoas com transtorno do espectro do autismo (TEA). E se as escolas, especialmente privadas, podem cobrar mais por este acompanhante especializado.
Pelo parágrafo único do art. 3.º da  Lei 12.764/12 (Lei Berenice Piana) “em casos de comprovada necessidade, a pessoa com transtorno do espectro autista incluída nas classes comuns de ensino regular, nos termos do inciso IV do art. 2o, terá direito a acompanhante especializado.”
Embora o inciso IV do art. 2º da Lei, que tratava da diretriz da educação tenha sido vetado, o dispositivo do acompanhante especializado permaneceu e pode ser aplicado.
Mas afinal quando a escola deve fornecer este acompanhante especializado?
De acordo com o dispositivo “em casos de comprovada necessidade”.
Assim, é em todos os casos? Não, só naqueles que houver necessidade e esta estiver comprovada.
Bom, e como se comprova esta necessidade? Entendo que isto pode ser feito por um laudo médico ou até mesmo por um relatório de um pedagogo ou psicopedagogo. Neste laudo ou relatório, deve o médico ou pedagogo dizer os motivos pelos quais há necessidade de disponibilização deste profissional.
Agora, uma questão importante e que já levantava desde a promulgação da lei é quem é este acompanhante especializado? É um cuidador que auxilia nas atividades da vida diária como higiene, locomoção e alimentação? Ou é um mediador, no caso um auxiliar na sala de aula que contribui para facilitar a comunicação e interação social da pessoa com TEA? Sempre entendi que como a lei não esclarecia, poderia ser um ou outro profissional ou até um que exercesse as duas funções, dependendo, claro, da necessidade do aluno.
Ocorre, porém, que no final do ano passado foi publicado o Decreto 8.368/14 que veio regulamentar a Lei 12.764/12. Neste Decreto, que tenho sérias dúvidas se não extrapolou em diversos pontos o poder regulamentar, o parágrafo 2º do art. 3.º dispõe que “caso seja comprovada a necessidade de apoio às atividades de comunicação, interação social, locomoção, alimentação e cuidados pessoais, a instituição de ensino em que a pessoa com transtorno do espectro autista ou com outra deficiência estiver matriculada disponibilizará acompanhante especializado no contexto escolar, nos termos do parágrafo único do art. 3.º da Lei 12.764/12″.
Assim, pelo Decreto o acompanhante especializado é aquele que realiza, em caso de comprovada necessidade, “apoio às atividades de comunicação, interação social, locomoção, alimentação e cuidados pessoais” das pessoa com TEA, ou seja, seria um profissional que exerceria a atividade de cuidador (apoio a locomoção, alimentação e cuidados pessoais) e também de mediador (apoio às atividades de comunicação e interação social).
Mas e se a criança ou adolescente precisar apenas de um mediador ou de um cuidador? Não vejo problema em ser disponibilizado um profissional que exerça apenas parte das funções. Já que sob meu entendimento, a criança ou adolescente com TEA não precisaria necessitar de apoio nas 5 (cinco) atividades descritas para fazer jus ao acompanhante especializado, já que se assim interpretássemos o Decreto acabaríamos por restringir direitos, o que seria ilegal. Dessa forma, bastando necessitar de apoio para uma delas, desde comprovado, o acompanhante deve ser disponibilizado.
Algo importante é que o médico ou pedagogo/psicopedagogo deixe claro no relatório as atividades (entre as elencadas) para as quais a criança ou adolescente com TEA necessita do acompanhante especializado até para que o profissional que exercerá esta função tenha a formação específica.
Bom, superada esta questão, passemos a segunda: a escola pode cobrar a mais para disponibilizar este acompanhante especializado?
Quanto à escola pública não há qualquer dúvida que não pode, já que o serviço é gratuito. Quanto à escola particular, poderia haver alguma discussão. Porém, esta cobrança a parte não é possível, já que cria um obstáculo para inclusão da pessoa com deficiência, levando a uma situação de desigualdade com os demais alunos.
Para orientar que as escolas privadas que não realizem esta cobrança, o Ministério da Educação emitiu a Nota Técnica 24/2013 que dispõe que “as instituições de ensino privadas, submetidas às normas gerais da educação nacional, deverão efetivar a matrícula do estudante com transtorno do espectro autista no ensino regular e garantir o atendimento às necessidades educacionais específicas. O custo desse atendimento integrará a planilha de custos da instituição de ensino, não cabendo o repasse de despesas decorrentes da educação especial à família do estudante ou inserção de cláusula contratual que exima a instituição, em qualquer nível de ensino, dessa obrigação.”
As cobranças pelas escolas privadas tem sido tão comuns e prejudiciais a inclusão das pessoas com deficiência, que há inclusive um projeto de Lei do Senado n.º 45/15, de autoria do Senador Romário (PSB-RJ), que proíbe a cobrança de taxa adicional para alunos com deficiência física, sensorial ou intelectual em escolas. A proposta também estabelece que os pagamentos feitos acima do valor da mensalidade, que não sejam cobrados para todos os alunos, deverão ser ressarcidos. Neste caso, o reembolso deverá ser o dobro do que foi pago em excesso, acrescido de correção monetária e juros legais. Este projeto encontra-se ainda em tramitação, mas não menciona especificamente o transtorno do espectro do autismo.
Portanto, para resumir podemos dizer o seguinte: a pessoa com TEA tem direito ao acompanhante especializado sempre que tiver comprovada necessidade e não poderá haver cobrança por parte da escola para disponibilização deste profissional.
Artigo escrito por Renata Flores Tibyriçá

Pai flagra e grava filho amarrado em creche em Jacarepaguá, no Rio





Não tenho palavras para explicar a dor  em saber que situações assim ainda acontecem...
Onde está o lado humano das pessoas?




ASSISTA O VÍDEO AQUI!!!

AUTISMO - Apoio, e não pressão!

Apoio, e não pressão!
No autismo temos uma diferença de processamento de informações, que chegam com atraso.

ISTO OCORRE PORQUE A CRIANÇA TEM QUE PROCESSAR CONSCIENTEMENTE O QUE NORMALMENTE VEM DE FORMA INTUITIVA PARA OUTRAS CRIANÇAS.

Devido às diferenças de funcionamento do cérebro, o seu tratamento é diferente e precisa de certas acomodações à altura das nossas expectativas para as necessidades de processamento da criança.
Abaixo estão listadas algumas diretrizes para diminuir as diferenças de processamento de síntese:

1. Dê à criança tempo para processar. Com o processamento mais atrasado, é importante dar à criança pelo menos 10-20 segundos para responder (pode ser mais tempo para algumas crianças). Se você continuar a repetir o aviso antes do processamento ser concluído, a criança tem que começar a processar tudo de novo. Isso é muito frustrante e desgastante.

2. Deixe a criança mostrar seu tempo para esta performance. Não podemos empurrá-la mais rápido do que seu cérebro pode processar. Se o fizermos, acontece o pânico e o autista reage com "luta ou fuga". Vemos isso com muita frequência. Estamos constantemente a tentar acelerar a síntese de crianças, empurrá-las mais rápido do que elas podem processar.

3. Reduza suas palavras! Forneça orientações concretas e muito curtas. Use frases com apenas o ponto principal. Muitas das crianças têm problemas de processamento auditivo. Quanto mais tempo prolongando as frases e maior uso de palavras, maiores as chances da informação ficar confusa e perdida. Só use as palavras importantes, indo direto ao ponto.

4. Use informação visual sempre que possível. Demonstre com imagens o que você quer. Dê instruções visuais! Escreva e faça visualisar as instruções das atividades escolares, em vez de depender de instruções verbais. Palavras são fugazes. Instruções visuais e escritas são mais sólidas e se tornam referência mais facilmente.

5. Quebre as tarefas em partes menores e faça cada etapa seqüencialmente. Se possível, dê uma lista de verificação para marcar cada passo que eles fazem. Não espere que sigam instruções multitarefa! Permita-lhes mais tempo para fazê-lo, mas deixe-os terminar! É importante finalizar uma tarefa antes de ir para outra.

6. Use modelos visuais. Descreva, defina os pontos importantes para que o aluno possa categorizar as informações que lhe é dada. Um esquema simples de destaque da informação é importante para se concentrar, e fornece arquivos mentais para categorizar, organizar e armazenar as informações. Considere o uso de planilhas, esboços, e outros modelos que ajudam a criança a organizar e categorizar informações importantes.

7. Prepare com antecipação. Se possível, antecipe sobre a aprendizagem, para dar um quadro mental do que está sendo apresentado. Muitas das crianças têm dificuldade em classificar e diferenciar a informação relevante da irrelevante. Desta forma, destaca-se as áreas de importância maior para ajudar a direcionar sua atenção, dando um quadro de referência para organizar a informação.

8. Permita que as crianças usem a sua forma preferida de comunicar o que sabem. Muitas crianças tem problemas de escrita. Se este é o caso, deixá-los dar respostas verbais. Se você quer que escrevam, elas não podem pensar sobre "como escrever" e sobre "o que escrever" ao mesmo tempo. Se você quer descobrir o que sabem, deixe escolher o método de dizer-lhe.

Esta série sobre "tutoria crianças no espectro" pode ser encontrado no livro verde "Autismo Página Discussão sobre Ansiedade, Comportamento, Escola e estratégias de paternidade."

Cortesia de Ana Dultra.

sábado, 18 de abril de 2015

Autismo - Até que não seja só em abril



Um relato de amor de Otávio Cunha “3 anos” sobre seu irmão autista

Um relato de amor de Otávio Cunha “3 anos” sobre seu irmão autista, Ítalo Cunha “6 anos”, um vídeo divertido projetado para quebrar barreiras.

quarta-feira, 15 de abril de 2015

EDUCAÇÃO EM PAUTA do Jornal Pioneiro


Adivinha quem participou do EDUCAÇÃO EM PAUTA no Jornal Pioneiro?
O Ângelo participou da lição número quatro, que trata da inclusão!



Nosso eterno agradecimento ao Diogo Sallaberry e a Paula Valduga pela forma amorosa que trataram o tema.

Conversando sobre Autismo com a turma de Educação Física (UCS)

Foi uma grande honra estar conversando sobre autismo com a turma de Educação Física Especial (UCS) da professora Renata Goulart.
A turma criará atividades promovendo a verdadeira  inclusão, as quais serão oferecidas na escola regular.
Estou muito feliz pela oportunidade!



Parada Tarde Azul conscientiza sobre o autismo em Caxias do Sul

A união de pessoas de diferentes classes sociais em torno do autismo é uma característica marcante da 3ª Parada Tarde Azul, que ocorre em meio ao verde do Parque Getúlio Vargas (Macaquinhos), na tarde deste domingo, em Caxias do Sul. A ação integra as atividades alusivas ao Dia Mundial da Consciência sobre o Autismo, celebrado no dia 2 de abril.

CONFIRA A MATÉRIA DO PIONEIRO AQUI!






segunda-feira, 13 de abril de 2015

Vítima de bullying, ator de 'Breaking Bad' com paralisia cerebral pede fim de estigma

O ator americano R.J. Mitte chegou à fama aos 14 anos, quando foi escalado para o papel de Walter White Jr. na cultuada série de TV Breaking Bad.
Ele tem paralisia cerebral e sofreu bullying quando era mais jovem por causa de sua deficiência. "Quebraram minha mão, meu pé, me jogaram no chão", diz ele.
Agora, ele diz que é hora de acabar com o estigma sobre deficiência.
Trabalhando com a organização Scope, ele está viajando pelo Reino Unido para dar palestras sobre ideias equivocadas em torno de deficiência.
Aos 22 anos, se tornou a mais jovem personalidade a falar na Oxford Union - prestigiada instituição de debates que convida nomes proeminentes para palestras.
Em seu pronunciamento, ele disse que atuar em Hollywood é extremamente difícil para deficientes.
"Esta indústria é muito negativa e dura com pessoas com deficiência", afirma, "por causa da ideia de perfeição...Que tecnicamente não existe."


Escola não aceita rematrícula de aluno


O adolescente Felipe Feltrin Cardoso, de 15 anos, está sem ir para a escola há 60 dias. Isso porque, segundo a mãe, Marcia Adriana Feltrin Cardoso, a instituição de ensino onde ele estudava, em Laguna, não aceitou realizar a rematrícula do garoto.
Felipe é surdo desde a infância. Quando ainda era bebê, teve uma infecção, o que causou o problema. Segundo a mãe, ele estuda desde os quatro anos no Colégio Stella Maris, em Laguna.


sábado, 4 de abril de 2015

Autismo: Conhecimento,Cuidados e Inclusão Escolar

Na ausência da palestrante, a palestra foi conduzida por todos que lutam por qualidade de vida às pessoas com autismo. Todos contribuíram e construíram juntos este evento.



Neste dia conheci duas meninas muito especiais: a Larissa e a Marcela. A Marcela disse que lutará pela causa para sempre e agora somos amigas fora do face também! Adorei conhecê-las! Fiquei muito feliz!


Rádio São Francisco SAT falando sobre Autismo e sobre o grupo AME-Incluir

 Ame-Incluir é um grupo de pais, profissionais e interessados que buscam um conjunto de meios e ações que combatem a exclusão. Lutamos por qualidade de vida, promovendo uma vida social ativa e assegurando o respeito aos direitos de todos como cidadão.
 
As integrantes do Grupo Ame Incluir, Ana Paula Pacheco (D) e Lucélia Fontoura (E) falam no programa FIM DE SEMANA, sobre o grupo que nasce em Caxias do Sul com a porposta de oferecer um olhar especial para a necessidade da inclusção de pessoas com qualquer tipo de deficiência. A apresentação é de Beverli Rocha. 
 

Chafariz da Praça Dante, em Caxias, está azul para conscientizar sobre o autismo

O chafariz da Praça Dante Alighieri, em Caxias do Sul, foi colorido de azul na manhã desta quinta-feira devido ao Dia Mundial de Conscientização do Autismo. Para a pedagoga Ana Paula Pacheco, que tem um filho autista, ações como essa são importantes para reduzir o preconceito contra os portadores de deficiências.

— A inclusão depende uma rede formada pela família, pela escola e pelos profissionais especializados. Nenhuma delas pode falhar — afirma Ana Paula.

Ela era uma entre as mães que estiveram na praça para acompanhar a mudança na cor da água do chafariz. Segundo ela, é muito importante que ações para conscientizar as pessoas sejam realizadas.

— Estou muito feliz por termos conseguido colorir o chafariz. A cor do autismo é o azul porque a doença atinge mais meninos do que meninas — completa. 

Fonte: Jornal Pioneiro




quarta-feira, 1 de abril de 2015

02 de abril - Dia Mundial Conscientização do Autismo

"Eu não vou mudar meu filho porque é autista; eu prefiro mudar o mundo e fazer um mundo melhor; pois é mais fácil meu filho entender o mundo, do que o mundo entender meu filho" Mariluce Caetano Barbosa.

Crianças contam como é conviver com amigo autista na escola

Um dia o autismo será visto com tanta naturalidade, como se fosse visto por todos exatamente como as crianças o percebem...
 

Dia Mundial da Conscientização do Autismo em Caxias do Sul

Em Caxias do Sul
Amanhã, 02 de abril de 2015, às 10:30h será ativado o chafariz da praça Dante Alighieri com a cor azul, a qual é símbolo do autismo.