quinta-feira, 23 de janeiro de 2014

Tabu Comportamentos Estranhos Autismo

A sociedade consegue olhar para um indivíduo além do autismo? Ou seja, uma pessoas sem deficiência consegue olhar para o ser humano como ele é, sem olhar para o autismo?

terça-feira, 21 de janeiro de 2014

Aprendendo a Recortar


Conforme prometi, irei postando atividades que realizo com o Ângelo em casa. São atividades simples que podem ser realizadas por qualquer familiar com indivíduos que enfrentam as mesmas dificuldades.
Nosso relato também visa mostrar que muitas vezes é preciso dar muitos passos antes de chegar ao resultado desejado.
Certa vez, uma fonoaudióloga me disse que recortar é importante para o desenvolvimento da fala, pois além de ser uma prática motora, fazemos movimentos com a língua enquanto recortamos. As fonoaudiologas que lerem podem deixar seu parecer sobre isso, mas recortar passou a ser assunto sério, já que o Ângelo não fala.

Nosso primeiro passo foi rasgar papel. Porém, devido a hipossensibilidade que meu filho apresenta (Já vimos sobre desordem no processamento sensorial aqui) ,  rasgar papel era uma atividade difícil para ele e precisamos começar quebrando bandejas de isopor. Aqui no município onde moro, é muito comum encontrar frutas e verduras embaladas nestas bandejas, ideal para nossa atividade.

Com os pedaços, enchíamos as mãos e jogávamos para cima verbalizando "chuva", assim trabalhávamos a interação pois o Ângelo sempre solicitava que fizesse a "chuva" com sua comunicação não verbal. Ou seja, enchia minhas mãos e mostrava com as dele o que eu deveria fazer.
Utilizando um baldinho de praia, também trabalhamos os conceitos de cheio/vazio e dentro/fora.
Como já havia assimilado o propósito da atividade, logo conseguimos rasgar papel. À princípio foi preciso utilizar papel cartão e depois rasgar texturas mais finas como a folha de ofício,

Iniciava-se o desafio de manusear a tesoura. Por algum tempo precisamos de uma tesoura especial, presente da nossa querida amiga Magáli Bussmann e o Ângelo descobriu que conseguia recortar o papel.

Através das atividades com massinha de modelar (já vistas aqui), Ângelo aprendeu a segurar a fazer uso da tesoura. Reforçamos o conceito de dentro/fora  trabalhando a atenção e concentração para que os pedaços cortados caíssem apenas dentro de um pote.
Nosso desafio ainda não terminou, pois Ângelo ainda enfrenta dificuldades em recortar uma imagem. Estamos começando a trabalhar cartões com contornos simples e estou certa que ele vencerá!




domingo, 19 de janeiro de 2014

Recurso para favorecer o desenho de crianças com Paralisia Cerebral


Quem tem um filho com “Paralisia Cerebral” ( não sou simpatizante deste termo, mas é como todo mundo conhece) ou em qualquer condição de disfunção neuromotora sabe como é difícil achar utensílios para desenho e pintura. Fica ainda mais difícil quando existe alguma disfunção sensorial associada. Normalmente, precisa-se de um terapeuta ocupacional para adaptar os materiais principalmente para as crianças com dificuldades na preensão e manutenção do objeto nas mãos.



 Saiba mais no blog de Ana Elizabeth Prado


sábado, 18 de janeiro de 2014

Inclusão: com os olhos dos pais

Depois de tantas mensagens recebidas perguntando como foi incluir o Ângelo numa escola regular e o que senti, decidi escrever mais uma vez sobre essa experiência.
Ao contrário do que a sociedade pensa, incluir o filho com deficiência na escola não é nada fácil. Não é apenas efetuar a matrícula tampouco negar o fato que ele vive limitações.
Não, não! Incluir o filho na escola exige caminhada, pesquisa e muito diálogo! Além disso, estudos e a experiência de outras pessoas comprovam os benefícios da inclusão para todos os envolvidos.
Temos total consciência das limitações dos nossos filhos frente às crianças que conviverá. Não estamos rejeitando isso, pelo contrário, somos os primeiros a nos colocar à disposição no que for preciso, possível e impossível para sanar as dificuldades que aparecerão.
Antes de finalmente assinarmos a matrícula, caminhamos por inúmeras escolas até tomarmos a decisão.
Sei que a internet está aí e nos facilita muito no quesito de solicitar uma vaga na escola, mas não para uma mãe com filho com deficiência, a menos que ela já tenha feito todas as visitas que desejava esse recurso tecnológico fica completamente de lado. Precisamos do "olho no olho" e estamos atentos a toda e qualquer expressão que possa ser feito enquanto falamos sobre nossos filhos.
No meu caso, nem mesmo informação na Central de Matrículas usei o telefone. Precisava ir até lá e ouvir o que já sabiam sobre inclusão. Lembro-me até hoje do rapaz que me atendeu, logo chamou uma professora para me explicar e quem estava esperando, aproximou-se curioso para ouvir um pouco sobre o Ângelo.
Depois iniciaram-se as visitas às escolas...Isso não foi nada fácil porque carregávamos conosco uma história triste de rejeição da Ed. Infantil.
Ângelo não foi aceito em nenhuma escolinha, sempre ouvimos que não haviam vagas e que ficaria na fila de espera... Enquanto isso, as crianças do condomínio eram imediatamente aceitas.
A escolinha que o recebeu começou como um sonho, mas terminou como um pesadelo... Na época usava fraldas e percebi o quanto de gíz de cera ingeria. Era deixado de lado num canto da janela, por vezes chorando muito, enquanto a professora de costas escrevia nas agendas ( eu vi isso). Também cheguei um dia em que estavam fazendo fila para o lanche e o Ângelo foi levar até ela uma "malinha" de brinquedo e devido a sua coordenação motora, não a fechou corretamente e no caminho ela se abriu e os objetos caíram... A professora virou os olhos e disse: "que coisa". Era uma turma de 5 alunos neste momento, mas imediatamente o retirei.
Triste, muito triste... Recém havia comprado toda lista de materiais e iria ficar com ele em casa...
Mas... não podia deixar amarelar aquelas folhas, muita obra criativa poderia ser construída nelas! Fui abençoada por vizinhas que incentivavam o convívio de seus filhos com o meu. Foi como se criássemos nossa própria inclusão e não dependia de nenhuma escola e sim da solidariedade das crianças próximas.


Voltando à escolha da escola, realizei muitas visitas nas redondezas de onde moro e uma delas me disse não conhecer o autismo, mas seja lá o que for que eu levasse até eles, seria bem vindo. "Seja lá o que for" foi determinante para nunca mais chegar próximo daquela escola.
Cresci diante do ambiente escolar, não conseguia imaginar que o lugar do meu filho era do portão para fora! Porém, não poderia permitir que as pessoas lhe tratassem como aconteceu na experiência anterior... Não era isso que ele merecia!
Precisava de uma escola que o recebesse à tarde devido ao distúrbio do sono, pois descansando bem se desenvolveria melhor.
Precisei reformular meus planos quando conheci a escola escolhida, pois ela recebia os pequenos pela manhã. A secretária falou sobre deficiências com muita naturalidade e carinho, dizendo que eu poderia voltar e falar com a professora da sala de recursos. Neste dia, me apresentou a diretora que em nenhum momento fez "caras e bocas" por se tratar de inclusão.
Com certeza voltei lá para ver se a impressão permanecia e PERMANECEU! A secretária chamou a professora da sala de recursos e tive certeza que deveria confiar naquela equipe para fazer parte da nossa caminhada!
Agonia iniciava-se por receber retorno sobre a vaga... Todo mundo já havia sido designado à alguma escola, menos o meu filho!
Foi hora de correr atrás da Secretário da Educação! Tanto o Secretário quanto sua assistente foram muito atenciosos dizendo que o Ângelo estava designado à escola escolhida e por se tratar de um aluno com deficiência tinha prioridade na escolha e sua vaga estava garantida desde o primeiro dia. Aliás, foi solicitada no primeiro dia em que abriram as inscrições, pessoalmente na escola, para nada dar errado.
Ao contrário das outras crianças, nossos filhos iniciam o compromisso escolar um pouco antes. Levamos o Ângelo conhecer o ambiente escolar, professora, monitor antes de iniciarem-se as aulas. Entregamos um relato com todas particularidades dele, com a intenção de abreviar o tempo que levariam para conhecê-lo e respeitar algumas questões sensoriais que eram até mais acentuadas na época. A escola fez algumas adaptações em função do aprendizado diferenciado e ele ama estar lá!
Para não dizer que sempre foram flores, pensei em desistir da inclusão quando ocorreu troca de monitor. Ângelo se desestabilizou. Foram 3 semanas, se não sozinho, sempre com pessoas diferentes. Ele perdia a vontade de ir para escola. Foram 3 semanas caóticas!
A escola sempre se mostrou disposta a ajudar o Ângelo em seu desenvolvimento! Por dois anos tivemos a sorte de encontrar professoras bastante comprometidas com seu trabalho.
Nunca percebi preconceito por parte dos pais dos coleguinhas que conversei, pelo contrário, sempre muito carinhosos e dispostos a ajudar. Não tive a oportunidade de conversar com todos, mas havendo qualquer um contrariado, com certeza a escola me poupou.
Já por parte dos coleguinhas, é total apoio! As crianças o protegem, apoiam e ajudam! Convivendo com eles, Ângelo despertou o interesse em falar, embora ainda não consiga articular as palavras, tem se esforçado para isso. Interessa-se a aprender coisas novas, ter mais autonomia e brincar (boneco, carrinhos, joguinhos). Brincar passou a ter sentido e os brinquedos que eram deixados de lado, passaram a ter utilidade. É perceptível seu esforço em suportar ambientes cheios e barulhentos apenas para estar junto destas pessoas que ele demonstra grande amor, refletindo em outros ambientes da sociedade que exigem dele este mesmo esforço.
Quem conhece a nossa caminhada sabe o quanto a escola valeu a pena! O que essas pessoas significam e o quanto acrescentaram!

ASSISTA OS VÍDEOS DA ESCOLA: VÍDEO 1  E  VÍDEO 2

Obs.: Sei que muitos me ouviram  falar que o Ângelo não frequentou escolinha. A permanência dele foi curta e levou-se tempo para conseguir falar sobre isso. 






Qual a diferença entre tomar conhecimento de um fato e aprender? - Pof. Celso Antunes

Exatamente assim! Tanto para as crianças neurotípicas quanto para as com deficiência!

Conheça a História da Maria Clara / Conheça a Hidrocefalia

"A história da pequena Maria Clara é uma triste realidade e remete a uma reflexão: Quantas histórias semelhantes não acontecem ao mesmo tempo, tão próximas, mas que acabam ignoradas pelas autoridades. Autoridade destituídas por um povo, um povo calado e indiferente".

Para doações: Confirme os números da conta entrando em contato com o pai Claudemir (66) 9239-5207
Banco Bradesco – Agência nº 1380 Conta Poupança nº 1000877-8
Caixa Econômica – Agência nº 1385 Conta Popança nº 71451-7, operação 13

Universidade Federal e Revista Autismo fazem bate-papo ao vivo com professores de pós-graduação

A UFSCar em parceria com a Revista Autismo realiza nesta terça (21/janeiro/2014, às 20h00) um bate-papo ao vivo através do perfil da revista no Facebook. A proposta partiu do Laboratório de Aprendizagem Humana, Multimídia Interativa e Ensino Informatizado (Lahmiei) da universidade federal, que convidou três professores donovo curso de pós-graduação em Análise do Comportamento Aplicada ao Autismo, que se inicia neste ano (2014) — Celso Goyos, Valéria Mendes e Ana Arantes.

Para participar, acesse o post do bate-papo na página da Revista Autismo no Facebook e, nos comentários, deixe seu nome e também o link do seu perfil no Facebook para ser adicionardo ao chat. Ou nos comentários deste texto, abaixo (também via Facebook).

Novo curso

Estão abertas, até 10 de fevereiro, as inscrições para este novo curso de pós-graduação lato sensu, que tem como objetivo capacitar profissionais para atuar de acordo com os princípios da Análise do Comportamento Aplicada (ABA, da sigla em inglês para Applied Behavior Analysis) — o objetivo é melhorar a qualidade dos serviços prestados à pessoa com autismo.

Voltado a profissionais das áreas da saúde e educação e a envolvidos direta ou indiretamente com pessoas com transtorno do espectro do autismo (TEA), o curso exige somente que os candidatos interessados possuam diploma de nível superior em qualquer área.

Instituto para autismo

Além da nova pós-graduação, o departamento de Psicologia da UFSCar desenvolve um projeto para criar um Instituto para autismo. A professora Giovana Escobal, coordenadora do projeto, explica: "A meta do Instituto é ser uma referência no desenvolvimento de pesquisa, atendimento e capacitação de pessoas que trabalham com transtornos do espectro autista".

O prédio em que Instituto funcionará já está construído, e a inauguração e o início das atividades estão previstos para o primeiro semestre de 2015.

FONTE  AQUI!

DITO E FEITO DEBATE, com Alberto Meneguzzi sobre Inclusão

O Programa "DITO E FEITO DEBATE" com Alberto Meneguzzi tratou-se de educação inclusiva. 
Senti imensa satisfação em participar deste debate de grande valor com o professor Pablo Carlotto, a professor Rosa Veronese, a assessora de educação inclusiva da 4ª CRE, Tatiana Novello, além da minha amiga querida e mãe da Julia, Manoela Schmidt.
Quero deixar também meu agradecimento de forma muito carinhosa ao Alberto Meneguzzi pela oportunidade em relatar a inclusão do meu filho. Não posso negar, que meus olhos brilharam ao ver na tela de seu computador o meu blog com a história de Temple Grandin


"A inclusão escolar começa na alma do professor,contagia seus sonhos e amplia seus ideais. A utopia pode ter muitos defeitos,mas pelo menos, uma virtude tem: ela nos faz caminhar."

Eugênio Cunha ( Livro Autismo e Inclusão)


terça-feira, 14 de janeiro de 2014

Autismo - Academia de Habilidades

Este vídeo ilustra algumas habilidades das pessoas com autismo.

Autismo Sobrecarga Sensorial

Essa animação lembra as sensações vividas por uma pessoa com autismo que sofre de desordens sensoriais.

domingo, 12 de janeiro de 2014

'O Imaginário de Tom — da Paleta à Letra'


Não posso negar que já admirava André Neves, mas foi na exposição sobre o  Tom que tornei-me sua inquestionável fã!
A exposição captava uma sensibilidade onde todos que convivem com autismo visualizam com a alma.
O livro 'O Imaginário de Tom — da Paleta à Letra' fala sobre o autismo.
Segundo o autor, ele criou primeiro as imagens e a partir delas, o texto.
A escola Ruben Bento Alves de Caxias do Sul, trabalhou a conscientização da síndrome usando este livro. Liliam Mesquita e seu filho Rodrigo, eu e meu filho Ângelo, tivemos a honra em participar respondendo dúvidas sobre questões do dia a dia de quem enfrenta a síndrome.

Conhecemos André Neves pessoalmente no "Passaporte da Leitura", na feira do livro aqui da cidade. É indescritível a alegria em perceber sua solidariedade à causa. Sem dúvidas, ele é mesmo uma pessoa maravilhosa!

No livro, Tom é autista e é narrado por seu irmão. Através dele é possível explorar o tema de forma ampla, além de ser grande aliado na conscientização.
Ao autor André Neves fica nosso agradecimento por nos dar este presente. Tom é apoio para ajudar as crianças compreender as limitações do autismo. Tom é puro encanto! Tom é pureza em existir! Tom existe de verdade e faz parte da sociedade! Em toda cidade, deve existir um "Tom".


quarta-feira, 8 de janeiro de 2014

Caxias é a primeira no RS a implantar videofone para deficientes auditivos

Parabéns Caxias do Sul! Em especial ao Tibiriçá Vianna Maineri!! Quebrando barreiras de comunicação!

sábado, 4 de janeiro de 2014

AUDIÊNCIA SOBRE OS AUTISTAS EM CAXIAS DO SUL


Queridos amigos,
É com imensa tristeza que venho comunicar que a audiência do dia 8 foi transferida para o dia 9 e só agora fomos avisados que não haviam salas disponíveis!
Espero que esse transtorno não os desmotive a apoiar aqueles que precisam da sua "perfeição" emprestada para ter voz em suas limitações!
A audiência será dia 9 de Janeiro às 19:30h. 

Abraços,
Ana Paula



Está agendada uma audiência sobre a situação dos autistas do município de Caxias do Sul, no dia 8 de janeiro às 19:30h, no Plenário da Câmara dos Vereadores.

Precisamos reunir um grande grupo de pessoas para representar nossos autistas e ser sua voz.
Contamos com a presença de todos!