terça-feira, 30 de julho de 2013

Como escolher atividades para crianças com Síndrome de Asperger

Como escolher atividades para crianças com Síndrome de Asperger. Crianças com síndrome de Asperger gostam de se focar apenas em uma ou duas coisas que lhe interessam e excluem todo o resto. Jogos divertidos e atividades que façam-nas interagir com o mundo podem ajudar a compensar essa tendência. Naturalmente, cada criança joga de forma diferente, mas aqui estão algumas sugestões.

Instruções

    Passo a passo

  1. 1
    Escolha livros que tenham algum tipo de interação. Livros pop-up, livros com imagens coloridas ou texturas interessantes podem deixá-lo entretido e além disso, ele ainda aprenderá novas palavras.
  2. 2
    Vá ao parque. Exercícios são uma grande forma das crianças desabafarem. Playgrounds melhoram as habilidades motoras além das crianças se divertirem nos carrosséis, escorregadores e no balanços.
  3. 3
    Assista televisão ou filmes juntos e fale sobre os personagens. Você pode explicar o uso do sarcasmo em uma comédia ou explicar porque alguém chora em um drama. Isso pode funcionar como um tutorial que ajudará o seu filho no dia a dia.
  4. 4
    Mantenha quebra-cabeças por perto. Crianças com síndrome de Asperger precisam desenvolver suas habilidade espaciais. Quebra-cabeças ou formatos de qualquer tipo são uma maneira divertida de fazer com que as crianças trabalhem com as mãos e pensem como encaixar as peças juntas.
  5. 5
    Jogue jogos de tabuleiro juntos. Isso proporciona interação social da maneira que crianças com Asperger se sentem mais confortáveis. E, como todas as crianças, jogos ajudam as crianças a aprender a lidar com a derrota.
  6. 6
    Cantem juntos. Pesquisas mostram que a música tem um poder importante na socialização em crianças com Asperger. Além disso, como todo mundo, providencia um momento agradável aprendendo novas palavras quando são encaixadas na música.

Inclusão social: pacientes com autismo recebem ajuda

O apoio dos pais e da família é essencial para quem sofre com o autismo, mas o autista precisa de muito mais para viver com a doença, os pacientes com autismo também precisam do apoio da sociedade.

segunda-feira, 29 de julho de 2013

Três Dias de Chuva está em cartaz em SP

Jô Soares revela que se inspirou no filho autista para montagem de peça 

SÃO PAULO - Jô Soares contou que foi o filho, Rafael, quem o inspirou para a montagem da peça "Três Dias de Chuva", em cartaz em São Paulo.
O apresentador, que dirige o espetáculo, se baseou no próprio cotidiano para dar vida à obra de Richard Greenberg - que trata de conflitos de gerações de uma família.
"Eu tenho um filho autista, com uma série de problemas que se agravam. E isso é uma condição genética. Fica difícil se comunicar com ele", disse ao jornal "Folha de S. Paulo", fazendo referência ao primogênito, fruto de seu relacionamento com a atriz Theresa Austregésilo.
O artista assegurou ainda que aprendeu a viver com a condição do herdeiro e que não se deixa levar apenas pelo lado negativo. "Mas você não pode deixar que isso seja o foco principal da sua vida, porque, se deixar, não faz mais nada", completou.

sábado, 27 de julho de 2013

Pai cria quadrinho protagonizado por herói com síndrome de Down

Ollie na versão super-herói dos quadrinhos (Foto: Reprodução/Facebook)
Quando o assunto é super-herói, quais são os personagens que vêm a sua cabeça? Provavelmente nomes como Batman, Super-Homem, Homem-Aranha e Flash, certo? Para mudar esse cenário já conhecido pelo grande público, o norte-americano Chip Reece resolveu criar uma história com um protagonista inesperado: seu filho Ollie, de 3 anos, portador de síndrome de Down. E o que era para ser apenas uma homenagem tomou proporções muito maiores.Metaphase, como foi chamada, entrou para o ranking de quadrinhos gratuitos mais lidos do aplicativo Comixology entre maio e junho deste ano e tem previsão para ser lançada também em versão impressa.
“Originalmente, criar essa história tinha apenas uma intenção pessoal nascida das minhas experiências com meu filho. Eu acharia incrível se fosse além disso, mas entendia que era um universo novo para mim. Só depois de um tempo, quando conversei com o Peter Simeti, dono da Alterna Comics (editora independente de HQs), percebi que elas realmente tinham potencial para uma audiência maior”, disse o autor em entrevista a CRESCER.
O paralelo do menino com a figura do herói não foi difícil de ser construído. Além de ter que aprender a lidar com a síndrome de Down, Ollie teve que passar por três cirurgias delicadas em seus primeiros anos de vida graças a diferentes problemas congênitos no coração. “As chances sempre estiveram contra meu filho, mas ele nunca deixou de vencer. A principal intenção das histórias que escrevo é mostrar que pessoas com Down, como ele, podem nos inspirar, podem ser nossos heróis”, afirmou.
Ollie e seu pai, Chip Reece, autor de "Metaphase" (Foto: Reprodução/Facebook)
Ollie e seu pai, Chip Reece, autor de
"Metaphase" (Foto: Reprodução/Facebook)
Confira a entrevista na íntegra:

CRESCER: Vamos começar falando do Ollie. Qual foi sua reação quando descobriu que ele tinha síndrome de Down?
Chip Reece: Eu e minha mulher, Amy, lidamos bem com a notícia de que ele tinha síndrome de Dowm, mas ficamos assustados com os outros problemas de saúde que foram diagnosticados. Acho que o mais difícil foi entender que ele teria uma longa batalha pela frente com pouca garantia de sobrevivência. A única vantagem que tivemos foi ter descoberto essas condições meses antes de ele nascer, o que nos deu tempo para preparar os tratamentos.

C.: Com quais problemas de saúde ele nasceu?
C.R.: Ollie tem dois problemas congênitos no coração, por isso teve uma série de complicações e passou por três delicadas cirurgias. A primeira aconteceu quando ele tinha apenas 10 dias de vida. Foi uma operação que durou várias horas, algo muito grande para alguém que pesava menos de 3 kg. Ele passou os três meses seguintes em estado crítico no hospital lutando pela vida.


Ao mesmo tempo, as paredes do seu coração não estavam se fechando corretamente, fazendo com que o sangue fosse bombeado diretamente para os pulmões. Isso fez com que os pulmões ficassem molhados e pesados, tirando sua capacidade de respirar por conta própria e lentamente o “afogando” em seu próprio corpo. Foi nesse momento que a equipe do hospital resolveu fazer uma segunda cirurgia.

Depois, duas outras pequenas operações foram feitas, uma traqueostomia e uma colocação de tubo para alimentação. Ollie foi liberado depois de cinco meses e retornou uma semana depois de seu primeiro aniversário para consertar o outro defeito no coração. Desde então, ele também teve amígdalas e adenoides removidas para melhorar o funcionamento de suas vias aéreas (danificadas pela entubação precoce).

C.: Com quantos anos ele está hoje e como anda seu desenvolvimento?
C.R.: Celebramos seu terceiro aniversário em junho! Indivíduos com síndrome de Down geralmente têm baixo tônus muscular, o que torna o desenvolvimento físico um desafio. E Ollie estava ainda mais atrás por causa de seus problemas físicos. Ele tinha a mobilidade extremamente limitada, especialmente no primeiro ano de vida. A fisioterapia o ajudou muito nesse sentido. E meu filho tem uma atitude ótima, sempre cumpre suas tarefas e nunca desiste de nada. Três semanas atrás, ele deu os primeiros passos sozinho!


Em relação à fala, Ollie também teve um progresso limitado. Só recentemente ele conseguiu emitir alguns sons. Esse atraso foi causado por um acidente; ele teve um nervo da corda vocal esquerda decepado durante a primeira cirurgia. É uma complicação comum em cirurgias cardíacas. Sua corda vocal direita está começando a compensar a esquerda. Ele tem andado até meio barulhento nos últimos tempos. Está falando “mamãe” e “papai”! Fora isso, aprendeu uma boa quantidade de sinais da linguagem dos bebês e consegue se comunicar bem com a gente dessa maneira.

A paralisia de sua corda vocal também contribui para sua inabilidade em engolir comida. O corpo humano precisa das cordas vocais para que elas fechem as vias aéreas quando engolimos, senão a comida e a bebida podem ir pela via errada. Por isso, será um longo processo para o Ollie aprender a comer da maneira correta. Até lá, ele usa um tubo que permite que o alimento seja colocado diretamente em seu estômago.

C.: Qual é a história por trás de Metaphase? Quando você teve a ideia?
C.R.: A ideia veio durante a primeira hospitalização do meu filho. Imaginei-o como um super-herói, superando todas as adversidades, e me inspirei com aquilo. Com o passar do tempo, este virou um tema constante na vida dele. As chances sempre estiveram contra Ollie, e ele nunca deixou de vencer. Dois anos depois do nascimento, quando as coisas se acalmaram um pouco, finalmente consegui sentar e começar a trabalhar na ideia. No final de 2012, um artista já estava colocando tudo em prática.

C.: Por que o nome Metaphase?
C.R.: O nome se refere ao processo de adulteração de cromossomos que a empresa da história usa para dar poderes às pessoas. Os personagens são chamados de “metas”.

C.: O que você pretende publicando os quadrinhos? É uma intenção pessoal ou uma maneira de falar sobre a síndrome de Down com outras pessoas?
C.R.: Originalmente era mais pessoal, nasceu das minhas experiências com meu filho. Eu acharia incrível se fosse além disso, mas entendia que era um universo muito novo para mim. Foi só quando tive a oportunidade de conversar com o Peter Simeti, dono da Alterna Comics, que percebi que as histórias tinham potencial para atingir audiências maiores. Mas a intenção não mudou. Continua sendo mostrar ao mundo que pessoas com síndrome de Down podem nos inspirar e ser nossos heróis e àqueles que vivem com a condição que eles são super do jeito que são!

C.: Como você e o artista criaram a linguagem visual? Quais foram as referências?
C.R.: O importante para mim era que as pessoas olhassem para os quadrinhos e percebessem de cara que o personagem tem síndrome de Down. Para isso, dei fotos do meu filho para Kelly (Williams), o ilustrador, usar como referência.

C.: Qual é a ideia de crianças com síndrome de Down que você quer passar?
C.R.: Que elas são seres humanos incríveis, lindos e inspiradores!

C.: Qual resposta você tem recebido dos leitores? E o Ollie, já disse alguma coisa?
C.R.: O feedback tem sido muito positivo até agora. Ollie ainda não disse nada, mas ele adora livros e gibis. Aguardo ansioso pelo dia em que poderei explicar que essa história foi inspirada nele.

C.: Metaphase é um trabalho paralelo ou você está vivendo financeiramente disso?
C.R.: Além de escrever o Metaphase, sou editor no site StashMyComics.com, em que escrevo artigos promovendo quadrinhos e atualizando catálogos. Fazer isso é ótimo, pois me possibilita estar em contato com outros profissionais da indústria. Durante o dia, trabalho também em serviços sociais ajudando pessoas desempregadas a arrumar emprego.

C.: Você fica bastante tempo com Ollie em casa?
C.R.: Durante a semana, minha mulher fica em casa com ele. Tomamos a decisão de que iríamos trabalhar assim depois da primeira cirurgia dele, quando percebemos que ele teria que fazer terapia e tratamento médico. Amy é praticamente sua enfermeira, fisioterapeuta e professora, além de desempenhar todas as tarefas de mãe. Ela é incrível! E Ollie deve começar a fazer um programa de transição para a pré-escola neste outono.

C.: Quais são as atividades preferidas dele?
C.R.: Ele gosta de ler livros e ouvir música. “Livro” foi um dos primeiros sinais que ele fez. E quando toca alguma música ele logo fica com as mãos para o alto, balançando os braços. Fora isso, ele brinca com seus brinquedos e adora quando nos juntamos a ele. Recentemente começou a gostar também de wrestling [um tipo de arte marcial]. Se eu for para o chão, com certeza ele virá me enfrentar!

quinta-feira, 25 de julho de 2013

A história de 2 autistas que viajam pelo mundo desmistificando a doença

Em 2 de abril é celebrado o Dia Mundial da Conscientização do Autismo e o Hypeness, que já abordou este assunto com a sensacional história da menina que revelou como é estar por trás dos olhos de um autista, quer marcar este dia com outra história que nos ajuda a desmistificar esta doença.
É sobre a amizade de Tracy Thresher, um advogado que começou a se comunicar por meio da digitação em 1990, com Larry Bissonnette, um pintor que combina a digitação e sua arte para se expressar.
Contra um dos grande limitadores da doença, os problemas no espectro social, Tracy e Larry tornaram-se amigos e viajam pelo mundo divulgando documentário que fizeram sobre o autismo. O trailer por si só já emocionante. Ao perguntarem o que significava para ele ter autismo, Tracy responde: “Estava preso dentro de um corpo que não funcionava como deveria e eu não era capaz de mostrar isto para as pessoas”. A ideia do documentário é mostrar que, assim como eles, outras pessoas com autismo pensam e sentem assim como eu e você. E, mesmo com os limites na linguagem e na interação social, os autistas são inteligentes e precisam dar e receber amor e carinho, como o próprio Larry afirma “Somos muito mais parecidos com vocês do que imaginam”.


quarta-feira, 24 de julho de 2013

Curso gratuito ajuda docente a lidar com dislexia

Dificuldade em ler frases simples, se atrapalhar com os sons ou significados das palavras. Em turmas numerosas, muitos professores talvez não consigam identificar que situações como essas podem ser muito mais do que um mero desnivelamento entre alunos, mas algumas das características da dislexia. Considerada um distúrbio e não uma doença, a dislexia é um transtorno manifestado na aprendizagem da leitura e escrita dos estudantes. Por ser invisível a muitos educadores, a UFMG(Universidade Federal de Minas Gerais) em parceria com o Instituto ABCDlançaram uma plataforma de formação on-line gratuita para professores. O ambiente virtual vai oferecer desde conteúdos básicos sobre o tema, formas de identificar o distúrbio e de adquirir técnicas para ensinar leitura, soletração e escrita até apontar como melhorar o ambiente escolar, fazendo com que os estudantes lidem com suas dificuldades específicas em concentração, memória e organização.
O curso foi desenvolvido a partir da versão criada originalmente pelaDyslexia Internacional e autorizado pelo Ministério de Educação Superior, da Pesquisa Científica e das Relações Internacionais da comunidade francófona belga. O material foi financiado pela Unesco e lançado em quatro de suas seis línguas oficiais: árabe, chinês, inglês, francês, russo e espanhol.
No Brasil, o conteúdo direcionado ao treinamento dos professores foi trazido pela UFMG, que, em parceria com o Instituto ABCD, adaptou-o para a língua portuguesa e lançou a plataforma. Os conteúdos podem ser acessados no link http://dislexiabrasil.com.br. “Em outros países, o conceito de dislexia faz parte do dia a dia escolar. Aqui, ainda temos dificuldade para garantir que as pessoas entendam o que ela é. Por conta disso, estamos trabalhando, principalmente, na conscientização do público e em um caráter mais específico, a partir da disponibilização desse material. Ele traz tanto questões científicas quanto técnicas, com a proposta de empoderar os professores de diferentes formas”, afirma Monica Weinstein, presidente e diretora do Instituto ABCD e mãe de uma filha com dislexia e discalculia – problema que gera dificuldade de aprendizagem de uma pessoa de compreender e manipular números.
“Se não tivermos os docentes do nosso lado não conseguimos mudar esse cenário. Tentamos evitar a cronificação, que é chegar a um cenário mais agravante da dislexia no país”
Para Weinstein, a capacitação é fundamental para que os professores coloquem o tema cada vez mais em pauta. Cerca de 10% da população mundial, desconsiderando cultura, classe social ou gênero, é afetada pela dislexia, de acordo com estudo feito por cientistas da universidade College London, no Reino Unido. “Se não tivermos os docentes do nosso lado, não conseguiremos mudar esse cenário. Tentamos evitar a cronificação, que é chegar a um cenário mais agravante da dislexia no país”, afirma.
Para acessar os conteúdos, os professores precisam estar cadastrados na plataforma. Os materiais, que incluem textos, PDFs e vídeos, podem ser usados de forma ilimitada. Como o curso não é modular, o usuário pode gerenciar um cronograma próprio para suas aulas – que têm, em média, 20 horas –, além de responder a um questionário no final do curso, para receber um certificado. Além disso, por conta de seu conteúdo técnico, a plataforma também pode ser usada por especialistas, como pedagogos ou médicos, que trabalham com crianças e jovens. “O curso não tem tanta interatividade, porém permite que professor organize seu tempo da forma como quiser”, diz.
Weinstein afirma que esse treinamento é importante porque dá ferramentas e empodera o professor para saber o que fazer e entender as necessidades de cada estudante.  “O professor não faz diagnóstico porque ele não tem especialidade para isso. No entanto, é ele quem passa grande parte do tempo com o aluno, no dia a dia, em sala de aula. Ele não precisa fazer um diagnóstico, mas um check list, já que aprende a perceber os perfis de alunos. Dessa maneira, o professor passa a entender que as dificuldades não estão ligadas ao histórico escolar do aluno, de maus professores, mas porque o estudante pode ser um disléxico e realmente ter problemas em aprender”, diz. 
Além da bagagem conceitual, o treinamento oferece orientações bastante aplicáveis ao cotidiano escolar, como a realização de exercícios de leitura oral com alunos com dislexia (uma vez que eles têm dificuldade em se concretar na leitura escrita) ou a não descontar pontos por erros ortográficos. “Essas são algumas orientações genéricas, que estão nas mãos dos professores e não dependem de grandes investimentos”, afirma.
A ausência de um diagnóstico precoce, considera Weinstein, pode interferir diretamente na autoestima e motivação, deflagrando a evasão e o fracasso escolar. “Os alunos com dislexia que recebem uma formação adequada em alfabetização, por exemplo, com cuidado especial, em seis ou oito meses conseguem render dois anos de atraso”, finaliza.

Garota autista de 3 anos pinta quadros que valem uma fortuna

Não é o primeiro caso que trazemos de pessoas que, por conta do autismo, desenvolvem outras capacidades de forma extraordinária (veja o autista que desenhou NY depois de voar 20 minutos sobre a cidade – aqui). Essa é a história de Iris Halmshaw, uma menina de 3 anos que não se relaciona com outras crianças, mas que encontrou na arte a sua melhor terapia.
Iris foi diagnosticada com autismo quando tinha um ano de idade e desde aí tem dificuldades de relacionamento com outras pessoas, reage de forma imprevisível e mal fala. Mas, quase por acidente, descobriu um talento quando a avó lhe ofereceu um cavalete e tintas.
Frustrada por não conseguir controlar a tinta, Iris chorava. Até que a mãe encontrou a solução – um papel na mesa, ao invés do cavalete, e aí estava Iris soltando o talento e pintando de forma intuitiva. Em Leicestershire, Inglaterra, ela tem um estúdio e trabalha como uma profissional, olhando o trabalho e pensando cada traço.
Duas das suas obras foram recentemente compradas por 1500 dólares cada e a ideia é fazer uma exposição com os trabalhos da menina. Veja as fotos dessa história tocante:

Irispinturas1
Irispinturas2

Irispinturas4
Irispinturas5



segunda-feira, 22 de julho de 2013

A U T I S M O


domingo, 21 de julho de 2013

Estampados em ecobags, mochilas e blusas, desenhos de Miguel Cavendish, de 12 anos, fazem sucesso e pagam seu tratamento


Aluno com paralisia cerebral é finalista da Olimpíada Brasileira de Matemática

O estudante Arthur Gabriel dos Santos Dantas, de 11 anos, está próximo de realizar a última etapa da 9ª Obmep (Olimpíada Brasileira de Matemática das Escolas Públicas), marcada para setembro. O aluno de Itanhaém, cidade no litoral sul de São Paulo, se destaca não só por estar entre os finalistas, mas principalmente pelo exemplo de superação. Arthur tem paralisia cerebral e a deficiência afeta a coordenação motora do menino, que possui capacidade intelectual igual a de outras crianças da mesma idade.
Aluno da educação inclusiva na classe 6ªD do ensino fundamental na Escola Municipal Noêmia Salles Padovan, Arthur está entre os melhores da classe, motivo de orgulho para a mãe. "Se eu falo que estou muito orgulhosa é pouco. Foi um salto para ele ter passado na 2ª fase. Ele já é um campeão para mim. Não só na matemática, mas campeão da vida, de tudo. Ele é meu campeão", diz Valéria dos Santos Silva, 46.
A família reconhece a responsabilidade do estudante. "Meu filho é muito inteligente. Sabemos que não é fácil, mas ele está aí para provar que nada é impossível, basta acreditar. O exemplo dele serve de incentivo aos demais alunos. Agradeço às professoras que o inscreveram na Olimpíada. Elas não olharam a deficiência do meu Arthur e sim a capacidade dele", se emociona Valéria.
Arthur tem dificuldade para falar e, por isso, utiliza o computador portátil como extensão da sua voz. Recurso utilizado apenas às vezes pela mãe, que diz entender o que o filho quer com a pronúncia de algumas sílabas. "Sou a mãe, entendo meu filho, apesar dele só falar algumas palavras. Quando ele quer me contar como foi o dia na escola, usamos o notebook".
Embora seja bom com os números, o itanhaense já sabe o que vai querer para o futuro. Os mistérios e curiosidades que envolvem os planetas, as galáxias, o sistema solar e a lua ganham notoriedade na vida do garoto. "Quando o assunto é astronomia, os olhos do meu filho brilham. Ele até balbucia algumas palavras", conta a mãe.

Sem ajuda especial

Para executar as tarefas do dia a dia escolar, ele conta com o auxílio de um notebook (para expressar o que quer dizer) e da estagiária Marina Alves Carvalho Ferreira, responsável por acompanhar o desempenho do estudante durante as aulas. Mas todo o esforço -- reforça a mãe -- fica por conta dele. "A estagiária é como uma 2ª mãe para ele, sou muito grata a ela. A Marina na sala de aula funciona como um porta voz para o pequeno Arthur", diz Valéria.
"Ele é exemplo para os demais estudantes. É inteligente, engajado e adora estudar e não gosta de faltar à escola. Inclusive, quando tem consulta marcada e precisa sair mais cedo da unidade, ele fica nervoso", conta a estagiária.
A mãe explica que, apesar da deficiência, o aluno não sofre preconceito no ambiente escolar: "Todos o adoram e os amiguinhos e professores estão sempre ajudando. Ele é um menino especial, não pela deficiência, mas pela pessoa carinhosa que ele é. Está sempre sorrindo e feliz".
O aluno está sempre na companhia de Wesley Rodrigues, 11, o amigo inseparável. "Quando ele tem dificuldade eu o ajudo, mas grande parte do dia ele não precisa. Ele é muito inteligente". No intervalo das aulas, o passatempo predileto de Arthur é jogar damas e dominó. "Ele é bom com os números". Mas adverte: "Eu também ganho as partidas", brinca Wesley.

Fanático pelo Corinthians

As atividades diárias do Arthur não se resumem à escola. Neste mês de férias, além de repassar as matérias para a participação na Olimpíada de Matemática, o menino aproveita para brincar, torcer pelo time de coração e ver TV.
"Ele é fanático pelo Corinthians, adora futebol. Quando não está no computador conversando ou jogando no Facebook, ele está vendo desenho na televisão ou brincando. O Arthur aproveita as férias como os coleguinhas da classe", diz a mãe.
Além das brincadeiras, o finalista ainda tem na agenda sessões de terapia ocupacional, fisioterapia e natação. E o que Arthur tem a dizer sobre a participação dele na Obmep? Letra por letra, ele vai formando a frase na tela do computador: "Gosto muito de estudar. Obrigado. Estou muito feliz".

Alguns Sinais de Desordem Sensorial


Muitas crianças com Espectro Autista reagem de forma incomum ao mundo ao seu redor. Isto acontece porque elas podem não sentir as coisas da mesma forma que você. Seu filho pode ser hipersensível a certas sensações, o que significa que uma pequena quantidade da sensação pode estimulá-lo intensamente. Se o seu filho é hipersensível, ele pode se afligir e tentar evitar as sensações que o incomodam.
Ao mesmo tempo, seu filho pode ser hipossensível a certas sensações e buscá-las, porque é necessária uma grande quantidade da sensação para estimulá-lo. Crianças que são hipossensíveis ao movimento são particularmente ativas, porque correm de um lado para o outro, balançam o tronco ou pulam buscando provocar as sensações que precisam. Por outro lado, há crianças que são hipossensíveis às sensações, e mesmo assim são passivas. Elas mal reagem ao mundo à sua volta, porque não estão obtendo estímulos suficientes.
É possível que seu filho tenha reações contraditórias às sensações – ele pode ser hipersensível a algumas e hipossensível a outras. Assim será mais fácil entender o comportamento de seu filho diante as sensações do dia-a dia.
Muitas crianças com Espectro autista são hipossensíveis não respondem quando chamado, produz sons estranhos, muito embora outros são hiperssensível aos sons ( como liquidificador, encerradeira, secador ou aspirador).
Se você conhece alguém com essas características, procure um um terapeuta ocupacional. Ele saberá trabalhar e dar melhor qualidade de vida a esta pessoa. 


Fonte Aqui!

A HISTÓRIA DE ARIEL: AUTISTA, AOS SETE ANOS FALOU A PRIMEIRA PALAVRA; AOS 13, A PRIMEIRA FRASE. E AOS 21, FALA PERFEITAMENTE

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Tudo começou quando Ednah, ao perceber que Ariel ria quando as duas irmãs mais novas repetiam a frase preferida de um personagem de novela, passou a usar a mesma frase para referir-se a ele: “Eita Lelê!”. Repetiu, repetiu, até que um dia finalmente Ariel falou, ou como se lembra Ednah, gritou: “Eita!”.
Ednah não descansou, repetindo ainda mais a palavra – ao se referir aos personagens de TV, jogadores e times de futebol que Ariel gostava. Logo virou uma brincadeira, e até o sabonete usado na hora do banho virou “eita-sabonete”.
A brincadeira durou seis anos, e aos treze anos Ariel falou sua primeira frase. A emoção desta vez foi tão grande que Ednah nem conseguiu guardar qual foi a frase. A partir daí ele iniciou a fase da fala ecolálica, repetindo tudo o que a mãe falava, porém sem intencionalidade. Suas frases não estavam dentro de algum contexto, eram soltas. Pode-se dizer que naquele momento Ariel aprendera a falar, mas ainda era um ato mecânico. O processo de aprendizagem da linguagem, porém, havia começado, o que já era uma grande vitória, essencial para as próximas fases.
Aos poucos, vieram as primeiras perguntas: “Cadê a mamãe?”, e “O papai vai chegar de noite?”. Hoje, sua linguagem é praticamente normal, e apesar de certa dificuldade, consegue se fazer entender por pessoas com quem não convive diariamente. Pede pipoca quando deseja, por exemplo, e num sábado à noite comunica que vai assistir ao filme “Comer, rezar, amar”.
Mesmo seguindo sem terapia fonoaudiológica ou qualquer outro tipo, os progressos de sua fala continuam, e a articulação das palavras melhora a cada dia. Seu desenvolvimento motivou sua mãe a criar, em conjunto com outras mães de autistas em Ferraz de Vasconcelos, uma ONG que reunirá profissionais especializados. A meta agora é conseguir um espaço próprio e recursos financeiros.
Nada que desanime Ednah Lanah. Quem já enfrentou tantas dificuldades – como a hiperatividade excessiva de Ariel, sua própria falta de conhecimento sobre autismo e as crises de agressividade que vez ou outra ainda acometem o filho, além de ter que conciliar os cuidados com o filho com os oferecidos às outras duas filhas menores – sabe que as vitórias diárias são suficientes para dar forças a quem tem uma grande luta pela frente.

sábado, 20 de julho de 2013

Não critique o Autismo! Conheça antes de julgar!

Nas filas, não critique ou julgue alguém com AUTISMO, amanha poderá ser alguém próximo ou mesmo você que poderá sofrer o mesmo preconceito !!!


QUASE METADE DE CRIANÇAS AUTISTAS QUE NÃO FALARAM ATÉ OS CINCO ANOS PODERÃO FALAR COM FLUÊNCIA MAIS TARDE

ImagemO fato de uma criança autista não falar entre os quatro ou cinco anos não significa que ela nunca irá falar, como receiam alguns pais. Estudo publicado na revista Pediatrics verificou que 70% de crianças e adolescentes entre 8 e 17 anos que não falavam aos quatro anos desenvolviam-se a ponto de utilizar frases simples, enquanto quase metade adquiria com o decorrer dos anos um linguajar fluente e adequado.
O estudo analisou mais de 500 crianças com autismo, e não encontrou relações entre a possibilidade da criança desenvolver a linguagem mais tarde e suas condições demográficas, como a região em que nasceu, e condições psiquiátricas, como o grau do autismo, crises de ansiedade ou agressividade, por exemplo. Isso quer dizer que a princípio qualquer criança pode desenvolver a fala, mesmo que já tenha passado dos cinco anos.
A pesquisa destaca ainda não ter encontrado indícios de que interesses restritos (crianças que comem somente determinados alimentos, por exemplo, ou gostam apenas de uma cor, estilo de roupa ou brinquedo), assim como as condutas repetitivas que muitos autistas apresentam (girar constantemente objetos, por exemplo) e os aspectos sensoriais (como extrema sensibilidade/aversão ao toque) interfiram significativamente no desenvolvimento da linguagem.

DEL - Distúrbio Específico de Linguagem

A Sociedade Brasileira de Fonoaudiologia alerta: crianças a partir de 2 anos que ainda não aprenderam a falar ou que falam de forma confusa podem ter uma doença chamada Distúrbio Específico de Linguagem (Del), que afeta de 5% a 7% dos bebês nascidos a cada ano.
— Essa é uma patologia que afeta a aquisição e o desenvolvimento da linguagem. A criança é inteligente, ouve bem, não tem nenhuma lesão cerebral mas seu cérebro funciona de forma diferente, dificultando o aprendizado — explica Debora M. Befi-Lopes, coordenadora do Departamento de Linguagem da Sociedade Brasileira de Fonoaudiologia.
A Del não tem cura, afirma ainda Debora, mas o tratamento permite que a criança siga seu desenvolvimento e seja um adulto capaz de se relacionar e trabalhar.
— O paciente sempre terá mais dificuldade para acompanhar uma explicação mais longa sobre um assunto, por exemplo. Mas com a reabilitação ele desenvolve ferramentas para superar essa dificuldade e levar uma vida normal — afirma.
Para o bom resultado do tratamento, porém, é fundamental o diagnóstico precoce. Pais e professores precisam estar atentos aos sinais de que algo não está bem com a criança. Veja no quadro abaixo os principais sintomas do Distúrbio Específico de Linguagem.

Fonte Aqui!

20 de Julho - Dia do amigo!

Feliz dia do amigo para todos que são diferentes e que fazem a diferença em minha vida!!!!!

Um rapaz autista não verbal e severo que aprendeu aos 20 anos a se comunicar pelo i-pad.


"Sua mente tem catalogado uma vida inteira de memórias que agora ele relembra com sua mãe e alguns outros com quem se sente confortável o suficiente para escrever. Ele lembra a maneira como seus professores pré-escolares o contiveram fisicamente e disse que odiava a escola por causa disso.



"Foi abuso", ele escreveu.


Ele se lembra de querer consolar o colega de segundo grau depois que seu pai havia morrido, mas ele não sabia como. Sentia-se triste e impotente. E isso ainda o persegue até hoje.

Ele pode nomear as crianças que foram significativas para ele na escola, bem como aquelas que lhe mostraram bondade.

Ele também é capaz de pensamentos complexos e está consciente de sua doença, como evidenciado por esta conversa entre ele e sua mãe.

Pam: "Você entende o autismo?"

Watson: "Sim, eu vivo com ele."

Pam: "Sim, você vive. Você entende isso melhor do que ninguém. Você gosta do autismo? "

Watson: "Não, é difícil lidar com ele. Eu gostaria de não tê-lo. "

Pam: "Eu sei. Eu também. Deve que ser muito duro para você. "

Watson: "Tento realmente lidar com as minhas coisas estranhas, mas é difícil porque são muitas coisas para lidar."

Pam: "Então, quais são as coisas mais difíceis de lidar?"

Watson: ". Sons (são) muito alto e, não pode dizer-lhe coisas, como, Deus, eu rezo para ficar melhor"

Pam: "Você está ficando melhor a cada dia. Podemos falar como estamos agora, e não éramos capazes de fazer isso até um mês atrás. "

Watson: "Por muito tempo eu queria falar com você, e agora eu posso. Isso é ótimo. "

Pam "Sim, é maravilhoso. Eu queria falar com você por anos, também. E agora, podemos, então isso significa que você está ficando cada vez melhor. "

Watson: "Realmente fico feliz."

Pam: "Eu também. Existe alguma coisa que você acha que as pessoas precisam saber sobre o autismo? "

Watson: "Para as pessoas tentarem entender mais. Em seguida, eles vão ser mais agradáveis para as pessoas com autismo.

Pam: "Você se lembra quando você começou a ter autismo?"

Watson:. "Sim, foi quando eu tinha 4 anos"


domingo, 14 de julho de 2013

Menino autista desacreditado por médicos é cotado para prêmio Nobel

Menino autista gênio da física é cotado para um dia levar Nobel. Médicos diziam que ele provavelmente não aprenderia a ler. Hoje, especialistas afirmam que QI do jovem é superior ao de Albert Einstein

Aos dois anos de idade, o jovem americano Jacob Barnett foi diagnosticado com autismo, e o prognóstico era ruim: especialistas diziam a sua mãe que ele provavelmente não conseguiria aprender a ler ou sequer a amarrar seus sapatos.
Mas Jacob acabou indo muito além. Aos 14 anos, o adolescente estuda para obter seu mestrado em física quântica, e seus trabalhos em astrofísica foram vistos por um acadêmico da Universidade de Princeton como potenciais ganhadores de futuros prêmios Nobel.
O caminho trilhado, no entanto, nem sempre foi fácil. Kristine Barnett, mãe de Jacob diz que quando criança, ele quase não falava e ela tinha muitas dúvidas sobre a melhor forma de educá-lo.
jacob barnett gênio física
Jacob Barnett, de 14 anos, prepara sua tese de Phd em sistemas quânticos.
“(Após ser diagnosticado), Jacob foi colocado em um programa especial (de aprendizagem). Com quase 4 anos de idade, ele fazia horas de terapia para tentar desenvolver suas habilidades e voltar a falar”, relembra.
“Mas percebi que, fora da terapia, ele fazia coisas extraordinárias. Criava mapas no chão da sala, com cotonetes, de lugares em que havíamos estado. Recitava o alfabeto de trás para frente e falava quatro línguas.”
Jacob diz ter poucas memórias dessa época, mas acha que o que estava representando com tudo isso eram padrões matemáticos. “Para mim, eram pequenos padrões interessantes.”

Estrelas

Certa vez, Kristine levou Jacob para um passeio no campo, e os dois deitaram no capô do carro para observar as estrelas. Foi um momento impactante para ele.
Meses depois, em uma visita a um planetário local, um professor perguntou à plateia coisas relacionadas a tamanhos de planetas e às luas que gravitavam ao redor. Para a surpresa de Kristine, o pequeno Jacob, com 4 anos incompletos, levantou a mão para responder. Foi quando teve certeza de que seu filho tinha uma inteligência fora do comum.
Alguns especialistas dizem, hoje, que o QI do jovem é superior ao de Albert Einstein.
Jacob começou a desenvolver teorias sobre astrofísica aos 9 anos. No livro The Spark (A Faísca, em tradução livre), que narra a história de Jacob, ela conta que buscou aconselhamento de um famoso astrofísico do Instituto de Estudos Avançados de Princeton, que disse a ela que as teorias do filho eram não apenas originais como também poderiam colocá-lo na fila por um prêmio Nobel.
Dois anos depois, quando Jacob estava com 11 anos, ele entrou na universidade, onde faz pesquisas avançadas em física quântica.
Questionada pela rede BBC que conselhos daria a pais de crianças autistas – considerando que nem todas serão especialistas em física quântica -, Kristine diz acreditar que “toda criança tem algum dom especial, a despeito de suas diferenças”.
“No caso de Jacob, precisamos encontrar isso e nos sintonizar nisso. (O que sugiro) é cercar as crianças de coisas que elas gostem, seja isso artes ou música, por exemplo.”

sábado, 13 de julho de 2013

A mãe – o autismo do outro lado da porta

-“Boa tarde, Márcia! Oi João Pedro, vamos lá? Hoje a tia vai fazer uma brincadeira super legal!”
A porta é fechada. A sessão do Pedro com a T.O. começa.
 Márcia é a mãe do autista na recepção da clínica, Pedro é a criança autista dentro da sala.
Dentro do consultório a terapeuta trabalha com o Pedro. Os jogos, os desafios, muita coisa a aprender. Esse é o autismo lá dentro.
Do outro lado da porta a Márcia abre a revista Caras e passa as páginas sem ler um parágrafo sequer.  Seu pensamento está dentro da sala. Seu pensamento está no futuro incerto do Pedro. Esse é o autismo do outro lado da porta. Esse é o autismo sem atendimento.
Quantas vezes ali do outro lado da porta a Márcia chorou? Quantas vezes ela pensou: como vou pagar a terapia deste mês? Será que meus outros filhos já fizeram o dever de casa hoje? Será que o Pedro algum dia fará um dever de casa? Será que o Pedro vai dormir hoje à noite? Se ele dormisse… seria bom ter esse tempo com meu marido.
Mas o dia seguinte vem e as forças da Márcia se renovam no sorriso do Pedro. Essa é a sua terapia…vê-lo sorrir!
Márcia precisa ser forte, ela sabe. A sociedade não perdoa as birras do Pedro. O marido não perdoa a bagunça da casa. A vizinha de baixo não perdoa o barulho das passadas firmes do Pedro no meio da madrugada. A sogra não perdoa porque os “genes defeituosos” não vieram da família dela.  A amiga de infância da Márcia não perdoa porque a Márcia precisa sempre desligar o telefone quando a conversa está ficando boa. MÁRCIA, A IMPERDOÁVEL!
Tem Márcia que chora, tem Márcia que ri pra não chorar.
Tem Márcia que ama o Pedro, tem Márcia que ama a Gabriela, tem Márcia que ama o Lucas, tem Márcia que ama a Stella.
Tem Márcia pra tudo. Tem Márcia pra dieta, tem Márcia pra Sonrise. Tem Márcia no workshop da ABA, tem Márcia no protesto da Esplanada.
Tem Márcia que tem um Pedro, mas não foi ela quem o pariu. Tem Márcia que ninguém sabe, ninguém viu!
Tem Márcia com o filho encarcerado, tem Márcia com o filho incluído. Tem Márcia que o filho está num ambiente escolar fingido. Finge que aceita, finge que inclui, finge que aplica. E a Márcia não suporta mais fingir que acredita.
Tem Pedro de tudo quanto é jeito, Pedro grave, Pedro leve. Pedro que dança, Pedro que representa. Tem Pedro que poderia aprender, mas ele não senta.
Márcia que largou a carreira profissional. Márcia que trabalha com a cabeça lá no Pedro!
Tem mil realidades da Márcia. Tem mil realidades do Pedro.
Márcia é você, Márcia sou eu.
Que precisa da manicure e da massagem que te cure. Que precisa desabafar e se cuidar. Márcias que precisam de condições pra trabalhar.
Márcia é missão que não acaba. Márcia trava a batalha diária e a vence todos os dias, pois todo dia é dia de vencer. Pedro é a criança diferente. Pedro é muito além da gente. Pedro é muita areia pro caminhãozinho dessa sociedade. Pedro é arretado, Pedro é barbaridade!
Pedro não precisa de pena. Pedro precisa da ciência a seu favor. Pedro não precisa ser contido e sim que encontrem a origem de sua dor.
Levanta a cabeça Márcia, mesmo que ninguém venha a te cuidar. Acorda Márcia… acorda que a irmandade é azul e tem quem queira te abraçar.
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O autismo do lado de cá da porta é bem difícil de levar. Mas você não pode parar, na fé, na força e no sorriso do teu Pedro…
Sorria Márcia, sorria!
(Essa é uma história “fictícia”, qualquer semelhança entre nomes e fatos terá sido mera coincidência!)