Seu filho é aquele que auxilia ou aquele que dá risada?
Sabemos que se tornar uma pessoa com deficiência é uma possibilidade que a vida nos traz. Você estaria preparado para vivenciar o acolhimento que oferece?
Hoje podemos vibrar com um convívio cada vez maior em todos os espaços da sociedade com a diversidade, mas, mesmo assim, ainda precisamos e muito conversar com nossas crianças sobre empatia, respeito e naturalidade às diferenças.
Não é incomum a criança que cresce convivendo com alguém que possui limitações de forma natural ou indiferente , seja na escola ou condomínio onde mora, mas quando está em companhia fora deste contexto, aponta para a pessoa que enfrenta limitações e dá risada.
Disso posso falar com propriedade. Tenho um filho TEA, N3 de suporte, não verbal, de 19 anos, que apresenta estereotipias, além de questões sensoriais que lhe condiciona a um comportamento e vocabulário "estranho" para sua faixa etária e moramos em um condomínio. Meu filho nunca fez mal a ninguém e carrega tamanha pureza que precisamos zelar por ele diante daqueles que tratam sua condição como algo bizarro e que muitas vezes não se constrangem diante da presença de um adulto para externar isso.
Nós já passamos por fases tão lindas que chegaram a ser inspiradoras e outras tristes e constrangedoras, justamente porque moramos em coletivo, conhecemos a família, mas não com a liberdade de falar o quanto fere o seu filho rir propositalmente da condição do meu.
Conversem sobre o autismo com suas crianças e adolescentes. Não esperem a limitação chegar em suas casas para entender a importância do respeito ao próximo.
Toda existência é preciosa e essa diversidade é tão linda... Deus não seria leviano em criar seres para se tornarem mera piada aos demais. Com certeza, toda vida é extremamente valiosa em sua beleza única.
Enfim, toda família atípica torce para que se resgate a cultura dos mais fortes protegerem os mais fracos, além de se tornar algo inaceitável qualquer mal àquele que não consegue se defender.
Nosso maior desafio ainda é o preconceito, a discriminação, a falta de empatia e respeito e lutamos todos os dias por uma inclusão digna em todos os espaços.