segunda-feira, 4 de abril de 2011

No Dia do Autismo, cidades se iluminam para chamar atenção sobre transtorno


 A ideia é mostrar que o amor, a solidariedade e a dedicação são remédios infalíveis

Lâmpadas e faixas azuis estarão espalhadas neste sábado, 2 de abril, Dia Mundial de Conscientização do Autismo, por municípios gaúchos. A ideia é informar a população sobre o transtorno e mostrar que o amor, a solidariedade e a dedicação são remédios infalíveis. Foi essa união que fez de Guilherme, 12 anos, um menino especial.

Esses três ingredientes estimularam o lado cognitivo do garoto que, aos dois anos e meio de idade, teve o autismo diagnosticado. A mãe, de 47 anos, recebeu a notícia do transtorno com desespero, mas reuniu forças e, desde então, esforça-se para que o menino tenha uma vida normal.

Guilherme é diferente das outras crianças da idade dele. Conviver em sociedade o estimulou a conquistas que enchem de orgulho também as irmãs de 26 anos e 28 anos. Ele tem alguns atrasos no cotidiano, como ter deixado as fraldas aos sete anos, mas em compensação a sua facilidade com idiomas e o envolvimento com os livros fizeram com que, na mesma idade, já falasse inglês, espanhol e francês fluentemente.

As identidades dessa história foram preservadas a pedido da mãe para que o desenvolvimento do filho, que está na 6ª série do Ensino Fundamental de uma escola particular de Porto Alegre, não seja prejudicado.

O autismo é um transtorno de desenvolvimento definido por alterações que costumam se manifestar antes dos três anos e se caracteriza por comprometimentos na comunicação, na interação social e no uso da imaginação. Isso não impede que a criança frequente uma escola tradicional, como é o caso do Guilherme.

— Como ele tem facilidade com línguas, ele acaba ajudando colegas com dificuldades — conta mãe.

Conforme a psicóloga Viviane Ortiz, as crianças autistas são incapazes de entender ironias, perceber sutilezas em comportamentos ou diferenciar sentimentos.

— Eles são extremamente literais — explica a psicóloga.

Ausência de percepção e pouca sensibilidade não significam que não sejam afetivos. A psiquiatra Juliana Richter Dreyer explica que eles têm uma forma diferente de contato físico e que depende da família descobrir como seu filho gosta de demonstrar e receber amor:

— Geralmente, são intolerantes ao toque e não conseguem olhar no olho das pessoas. O modo de fazer carinho deles é diferente.

Para a médica, o segredo está em a família aceitar a criança como ela é.

O dia dedicado a debater o autismo foi instituído pela Organização das Nações Unidas (ONU) em 2008 e ocorre simultaneamente ao redor do mundo.

Saiba mais

O transtorno

:: Ainda não se sabe o que causa o autismo, mas acredita-se que seja genética. É um transtorno de desenvolvimento. Geralmente está associado a doenças genéticas, como a síndrome do X frágil. O problema é descoberto por volta dos três anos.

Características do autista

:: Em geral, aparece acompanhado de outras doenças. As mais comuns são epilepsia, retardo mental e rigidez muscular

:: Tem dificuldade de comunicação. A fala pode não se desenvolver

:: O convívio em sociedade é prejudicado. Não sabe medir sentimentos. Assim, se algo os incomoda, não raro encontra os gritos como saída

:: Tem interesses restritos. Quando gostam de algum brinquedo, só usam aquele. Por exemplo, uma criança que só brinca com objetos quadrados e se revolta quando os redondos lhe são oferecidos

:: Não tolera mudanças


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